domingo, 18 de janeiro de 2009

Portugal Hoje e com Cristiano Ronaldo

Do comentário habitual de domingo no Público da autoria de António Barreto estrai-se o seguinte passo do seu texto de hoje que abaixo se transcreve.

Que o Português seja capaz de interpretar e perceber a mensagem.



Durante décadas, Portugal foi um país singular. Distinguia-se dos outros. Pelo analfabetismo, pela pobreza, pela duração de uma ditadura, pela censura, pela polícia política e por outros feitos de igual calibre. Gradualmente, o país foi-se transformando e foi ficando "um país como os outros". Com cada vez menos "história", que, como terá dito Tolstoi, é o próprio das pessoas felizes. Com bons e maus, excelentes e péssimos. Com estúpidos e inteligentes, como em todo o sítio. Com êxitos e falências, como deve ser. Só se espera que seja sempre assim. Sempre e cada vez mais. Que os portugueses não queiram de novo distinguir-se! Que ambicionem pelo dia em que, sem prémio Nobel, a maior parte dos alunos tenham notas decentes a Matemática e Português. Que lutem pelo dia em que um processo no tribunal não dê, durante anos, notícias em todos os jornais do mundo, mas que, simplesmente, chegue à sentença sem ter história. Que trabalhem o necessário para que não tenham os mais baixos rendimentos da Europa. Que sejam habitualmente recompensados ou punidos, quando merecem. Nesse dia, talvez outro Cristiano volte a ganhar. E outros indispensáveis heróis surgirão. Mas o disparate que se seguirá será bem menor.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Portugal e o MAR

Pelo seu elevado interesse e potencial, para um País à beira mar plantado, transcreve-se a seguir um texto publicado no jornal "Público" em 11 de Janeiro de 2009:


Carta aberta

A MAIS URGENTE OBRA PÚBLICA: EXPORTAR MAR

Joaquim Ferreira da Silva*

O Presidente da República sublinhou na sua mensagem de Ano Novo que Portugal terá, no aumento das exportações, um dos trunfos para vencer a grave crise económica que se está a abater sobre todos nós. Sabemos que nos endividamos cada vez mais no estrangeiro, ao exportar cada vez menos do que se importa.

Será nas actividades do Mar que o nosso Pais poderá, em pouco tempo, se lançarmos mãos à obra, encontrar as riquezas para exportar que nos salvem dum naufrágio.

O mar está à porta dos portugueses. As actividades a ele inerentes podem minguar, crescer, paralisar, reduzir-se ou imobilizar-se, mas o Mar está e estará sempre no mesmo local.

Não se desmonta, não vai à falência, não se embala e transfere para países do terceiro mundo, não parte à procura de mão-de-obra barata; está lá sempre à nossa espera, a aguardar que lhe captem as suas potencialidades.

O País encontra-se sobre um precipício e nele cairá se não ampliar rapidamente as suas exportações. E essa ampliação só será alcançada se os estrangeiros as quiserem comprar.

E só compram aquilo que não tiverem melhor e mais barato. E o que fazer para tal objectivo?

Investir nas actividades e produtos inerentes ao Mar onde seja urgente, a saber:

- O Turismo - O turismo de qualidade, de apetência, de satisfação e prazer. No lazer, no entretenimento, no ambiente da natureza, nos desportos náuticos, enfim na valorização e desenvolvimento harmonizado e sustentado de todas as estruturas que na beira mar e na orla costeira podem atrair os visitantes e deixar neles o gosto de voltar.

- Os Portos - Os nossos seis portos principais devem ser adaptados, equipados e preparados para as actividades da nova geração dos grandes navios. Rentabilizados na mobilidade das mercadorias e dos turistas que por eles passem ou que possam ser transferidas para portos estrangeiros (exportadas) restaurando e modernizando as degradadas estruturas e vias de comunicação. Ampliados nas suas ofertas de docas e marinas de recreio.

- As Pescas - As pescas podem e devem, dentro dos condicionamentos da União Europeia (UE), orientar-se para as espécies de maior valor rentabilizando todos os seus produtos na maior aplicação possível ao acondicionamento (conservas e outros em imagens atractivas) para exportação. Modernizar as suas frotas. Valorizar as suas tripulações. Minimizar os desperdícios. Aperfeiçoar a manutenção, conservação e reparação das unidades e das artes.

- Os Estaleiros - Os estaleiros quer de construção quer de reparação naval devem ser ampliados e equipados de modo a construir rapidamente unidades modernas e competitivas para o comércio marítimo, para as pescas e para o recreio. Com especial incidência na procura dos mercados dos países da CPLP. Exportar um navio equilibra tanto a balança de pagamentos como exportar 10.000 carros.

- As Investigações e Conhecimento Científico das Ciências do Mar - As Ciências dos MAR e os organismos que as dinamizam devem receber melhores meios humanos de investigação e ensino, melhores equipamentos laboratoriais e ficar mais facilitados a todos os elementos estrangeiros que os desejarem frequentar de modo a se alcançarem nas suas instalações os mais actualizados estudos e investigações nas Ciências Marinhas.

- As Riquezas dos Fundos Marinhos - A actividades de pesquisa aos fundos do mar devem incidir num rápido planeamento das riquezas minerais nele existentes; nas riquezas arqueológicas e na capacidade das actividades subaquáticas desde as cientificas até às de cinema e vídeo.

Para levar à prática a execução de todas as actividades, acima referenciadas, deve ser instituída UM LISTAGEM urgente das mesmas (quer públicas quer privadas) e constituído um Fundo de pelo menos 20 mil milhões de Euros que seriam atribuídos de acordo com a ordem prioritária da referida lista das obras públicas rentáveis e de garantia sustentável futura aos empregos a criar.

De imediato os projectos do TGV, do novo aeroporto de Lisboa, da 3º travessia do Tejo, e das auto-estradas planeadas, para menos de 100 quilómetros das existentes, seriam colocados no final da referida listagem.

Se conhecerem outro projecto para melhor e mais rapidamente reduzir o tremendo défice comercial que nos vai afogar a todos apresentem-no. Está nas vossas mãos.

* Capitão da Marinha Mercante

Membro da Secção Transportes de Sociedade de Geografia

Membro da Academia de Marinha

Presidente da Fundacion TECNOSUB-Tarragona

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sábado, 10 de janeiro de 2009

Núcleos Urbanos Romanos

Falamos muito dos núcleos urbanos do Império Romano dos quais, muitos continuaram até às urbes de hoje e não temos qualquer noção da dimensão dos mesmos e através dela uma ideia da população que nelas vivia.

Os arqueólogos estabeleceram como meio de comparação das urbes uma medição da área urbana que indica com bastante aproximação o nível populacional das mesmas e logo o seu poder económico à época.

Vamos utilizar a designação antiga seguida da designação actual e o valor da tal dita área urbana correspondente.

Resolvemos ordenar por ordem decrescente de valores:

Roma»»»» Roma»»»» 1324 ha
Emerita Augusta»»»» Mérida»»»» 68 ha
Italica »»»»Santiponce»»»» 60 ha
Pompeii»»»» Pompeia»»»» 60 ha
Hispalis»»»» Sevilha»»»» 55 ha
Balsa»»»» (Luz de Tavira)»»»» 47 ha
Olisipo»»»» Lisboa»»»» 26 ha
Conimbriga»»»» Condeixa-a-Velha »»»»24 ha
Onuba Estuaria»»»» Huelva»»»» 23 ha
Pax Julia»»»» Beja»»»» 23 ha
Ossonoba»»»» Faro»»»» 22 ha
Ebora»»»» Évora»»»» 12 ha
Baelo Claudia»»»» Bolónia»»»» 11 ha
Myrtilis»»»» Mértola»»»» 9 ha

Nota: Por o local de Balsa não estar ocupado por nenhuma localidade actual indicou-se, entre parentesis, o local da povoação mais próxima, por acaso a sede da feguesia onde se situam a maioria dos seus locais de antigamente.

Ano 2009 Inicia com Pérolas da Comunicação Social II

Como não podia deixar de ser o EXPRESSO não podia ficar atrás.

Assim na sua edição Nº1888 de 3 de Janeiro, no primeiro caderno, a páginas 12 e 13, desenvolve-se o artigo "Portugal deixa morrer o património" com texto de Alexandra Carita e fotos de José Ventura.

Entre outras questões, e percorrendo o País de Norte a Sul eis que:

....

No Algarve, Cacela-a-Velha já não reconhece as suas muralhas, e Tavira não sabe sequer se a vila romana de BALÇA terá futuro.

....

Na infografia repete-se Vila Romana de BALÇA, Tavira.

Pois!

Isto de não se fazer um pouco de pesquisa pode dar origem a situações muito ridículas, mais a mais quando existe alguma bibliografia sobre o assunto e até um sítio na internet com informação sobre o assunto (vidé sítio do Campo Arqueológico de Tavira).

Claro que, se colocar no motor de busca =BALÇA= é natural que não chegue lá!
Isto porque a cidade romana que existiu nas imediações de Tavira, e não em Tavira propriamente, sempre se denominou:

BALSA

Se a autora tivesse procurado um pouco poderia ter chegado ao conhecimento de que quando se fala em VILA ROMANA estamos a referir-nos a uma quinta ou propriedade particular com alguma extensão fora de uma urbe.

Ora BALSA nunca foi uma vila romana porque era um centro urbano, mais propriamente, uma cidade bastante extensa e povoada.

Mais uma vez se lamenta que os actuais comunicadores sociais quando produzem obras que não de última hora, mas que são consequência de uma investigação feita com tempo e calma, não sejam capazes de aprofundar o suficiente na busca das fontes, de forma a evitar erros de palmatória, que bem poderiam ser evitados e fariam boa imagem dos seus autores.

Diz um provérbio que: DEPRESSA E BEM, NÃO HÁ QUEM!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ano 2009 Inicia com Pérolas da Comunicação Social

Os principais semanários do País, pelo menos os que afirmam ter maior expansão, iniciaram este ano de 2009 da melhor forma oferecendo "pérolas" deliciosas aos seus leitores.

Vejamos o caso do "SOL", na sua revista "TABU", do passado dia 3 de Janeiro.

Num artigo escrito com tempo e calma, por não ser de um tema de última hora, sob o tema Saúde e referido ao HOSPITAL DE S. JOSÉ, sob a pena de GRAÇA ROSENDO e acompanhado de fotos de Helena Garcia, a páginas 45 pode-se ler:
Cinco séculos de História
No início era o "banco das águas"
.......

A obra completa, porém, já não a viu D. João II. Só no reinado do SEU FILHO, D. MANUEL I, é que o "hospital dos pobres", como lhe chamava o povo, abriu as portas.

.......

Bem poderá a douta equipa pedagógica do Ministério da Educação mandar reescrever os manuais de História Pátria, que erroneamente não afirmam tal vínculo filial entre os dois reis da nossa segunda dinastia.

Havia realmente um vínculo de familia entre D. João II e D. Manuel I, mas não era o de pai e filho, mas sim o de CUNHADOS!!!!

D. João II era casado com uma irmã de D. Manuel I e à hora do falecimento por não ter filho herdeiro, entretanto já falecido, é o próprio D. João II que designa o seu cunhado, D. Manuel I, como seu sucessor.

Não sendo os textos referidos notícias de última hora, mas sim um trabalho feito com tempo para ser publicado quando houver espaço disponível, é lamentável a falta de referenciação histórica dos textos.

No entanto, é de louvar que a autora em termos de cultura geral saiba que D. Manuel I sucedeu a D. João II.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ano 2009

Estamos no dia 1 deste ano de 2009, ou também dito o Primeiro de Janeiro.

Relativamente a este ano de 2009, a incógnita que são todos os anos no seu início mantêm-se, isto é, ele poderá vir a ser o ano de todos os desejos ou o ano de tudo o que menos desejável era esperado.

Numa coisa temos a certeza, não irá ser muito diferente do que os outros anos, com mais ou menos acontecimentos esperados e também com aquela dose de acontecimentos inesperados, que constituem o condimento, o sal, de todos os anos.

Sem esse condimento todos os anos seriam uma monotonia, ou como diria Eça: Uma seca!

A todos que o 2009 traga o sal qb!