quinta-feira, 30 de abril de 2020

Pressão atmosférica - Barómetro primitivo

Uma referência interessante acerca da necessidade de avaliar a pressão atmosférica na actividade náutica.

Ninguém duvida que após a invenção do barómetro, tal como hoje o conhecemos, a actividade náutica passou a de dispor de um instrumento de grande utilidade permitindo ao navegador saber da situação no momento da pressão atmosférica e avaliar as condições meteorológicas expectáveis.

Todos nós sabemos que uma situação de pressão atmoférica alta está associada a condições meteorológicas de bom tempo enquanto que uma pressão atmoférica de valor baixo significa uma condição de mau tempo, de tempestade.


Ora Peter Trickett no seu livro "Beyond Capricorn" a páginas 86 escreve:

»»»The forerunner of the modern barometer was not invented until 1643. Instead, Portuguese pilots in the sixteenth century employed a curious form of 'live' barometer consisting of a leech swimming in a bottle of spring water. The position of the leech in the bottle on any given day was held to predict the weather. The system was more sophisticated than it might sound. There were no fewer than nine recognised positions for the leech, and navigators memorised a set of nine rhyming verses to remind them of what each position foretold. As a rule of thumb, the finer the impending weather, the lower in water the leech would swim. Conversely, if the leech climbed high in the bottle it would be a warning of stormy weather on the way.«««

O que se traduz:

»»»O antecessor do moderno barómetro só foi inventado em 1643. Apesar disso, os navegadores Portugueses (pilotos) no século dezaseis usavam um tipo de barómetro "vivo" o qual consistia numa sanguessuga dentro de uma garrafa cheia de água doce. A posição que a sanguessuga tomava dentro da garrafa permitia prever as condições meteorológicas. O sistema era bastante mais sofisticado do que pode parecer. Existiam nada menos do que nove posições que a sanguessuga podia tomar, e os navegadores memorizavam um conjunto de nove versos que indicavam qual a previsão em função da posição da sanguessuga. Como regra empírica básica, quanto melhor sejam as condições meteorológicas futuras, o mais no fundo da água a sanguessuga nadará. Inversamente, quanto mais à superfície se encontrar a sanguessuga maior será a tempestade que se aproxima.««« 

Os factos que o autor se refere no seu livro desenvolvem-se no primeiro quartel do século dezaseis mas as técnicas usadas e desenvolvidas pelos navegadores portugueses têm origem no século quinze com todas as capacidades da época. No caso vertente será um aproveitamento empírico de um fenómeno observado.

O que se pode concluir é que, 150 anos antes do aparecimento do primeiro modelo do barómetro moderno já existia uma possibilidade, arcaica e limitada, de resolver o problema da possibilidade de previsão meteorológica.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Carta aberta ao Presidente da República

Com a devida vénia transcreve-se o seguinte texto publicado no OBSERVADOR:
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Doutorado em Modelação de Doenças Pulmonares pela Universidade de Tromso, Noruega
Carta Aberta ao Presidente da República sobre a crise sanitária
As estimativas de alguns dos maiores especialistas são que a taxa de letalidade do vírus é muito inferior ao estimado e logo o risco é, também, muito inferior. Não se trata de uma calamidade sanitária
26 abr 2020, 21:43472

Excelentíssimo Senhor
Presidente da República Portuguesa
Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
Assunto: Carta aberta sobre a crise sanitário-política actual. Pedido de levantamento do Estado de Emergência, suportado pelo número crescente de evidências científicas que sugerem a irrelevância atual das medidas de contenção social
O meu nome é André Dias. Sou Doutorado em Modelação de Doenças Pulmonares pela Universidade de Tromso, na Noruega, casa do Centro Norueguês de Telemedicina parceiro de referênca da OMS. Desenvolvi o trabalho experimental no Instituto de Estatística médica e Epidemiologia da Universidade Técnica de Munique em colaboração com o Helmoholtz Zentrum Munique, uma das mais prestigiadas instituições do mundo na área de investigação em epidemiologia. Perante a crise sanitária-política que vivemos, sinto ser meu dever escrever a V. Ex.ª, tanto na qualidade profissional de alguém que em tempos trabalhou temas próximos da virologia e da epidemiologia, como de cidadão português consciencioso e preocupado.
Como sabe, no momento em que a Covid-19 chegou ao nosso país, os conhecimentos existentes sobre o vírus eram muito escassos. Todos os modelos desenvolvidos para estimar as possíveis consequências do desenvolvimento da doença tinham carácter sobretudo especulativos e, como tal, provisórios – como, aliás, todos os modelos sempre têm.
Um desses modelos, desenvolvido pelo Imperial College, apresentou grandezas numéricas de ordem catastrófica para a vida humana. Por ter sido um dos primeiros e por ser proveniente de uma instituição prestigiada, esse estudo foi o que exerceu maior influência académica sobre os governos, os quais se sentiram tanto pressionados como legitimados a agir no sentido da prevenção e defesa da saúde dos seus cidadãos. Hoje, a generalidade dos cientistas e especialistas externos que tiveram acesso a esse documento – o qual não havia sido publicado nem revisto por pares — encontram-lhe erros grosseiros que colocam em causa a sua validade.
Em simultâneo, temos agora suficientes evidências científicas para afirmar com relativa confiança que as consequências da epidemia são e serão muito inferiores às previsões catastrofistas iniciais. Alguns estudos sugerem mesmo que a taxa de mortalidade da Covid-19 é pouco superior à da gripe comum.
Os testes de anticorpos que têm sido realizados são objetivos e claros. As estimativas de alguns dos maiores especialistas mundiais e de algumas das instituições mais consagradas no campo da epidemiologia são coerentes. Uma larga percentagem da população – entre 50 a 85 vezes mais do que até agora julgávamos – pode já ter sido inoculada pelo vírus. Como tal, a taxa de letalidade é muito inferior ao estimado e logo o risco é, afinal, muito inferior. As melhores estimativas de taxa de letalidade colocam-na abaixo dos 0,36%. Não se trata de uma calamidade sanitária.
Para conveniência de V. Ex.ª, incluo ligações para alguns estudos e declarações formais ou informais de alguns destes especialistas, estando longe de ser exaustiva, sendo antes indicadores de uma tendência, em anexo.
Tendo em conta os nossos conhecimentos atuais sobre a Covid-19, sabemos hoje que as medidas preventivas de contenção já não são necessárias sob um ponto de vista sanitário, e que, como tal, deveriam ser imediatamente levantadas. Outros tantos estudos sugerem ainda que as medidas preventivas serão mais danosas para o tecido social do que a própria doença, podendo mesmo ser  associadas a um número superior de óbitos a médio e longo prazo.
No entanto, estou ciente de que, a par do problema sanitário, temos agora um problema psicológico: os cidadãos estão com medo. Mesmo que a perigosidade percepcionada do vírus seja ilusória, o medo instalado é real e dificulta a interpretação racional dos dados atuais.
Compreendo pois que os nossos governantes tenham de agir com cautela. O cessar das restrições, do isolamento social, da quarentena, terá porventura de ser faseado para evitar o descrédito nas instituições governamentais e o aviltamento do medo ou outras emoções negativas entre os cidadãos. Confio no bom-senso de V. Ex.ª e dos nossos governantes para tomar as melhores decisões no sentido do restabelecimento da normalização da vida quotidiana, da defesa das liberdades individuais e da plena restauração dos direitos de cidadania.
Expresso deste modo o meu humilde contributo e apoio político ao levantamento do Estado de Emergência por parte de V. Ex.ª, bem como de um discurso que vise desdramatizar a situação, a partir das evidências científicas que agora nos assistem.
Submeto ainda a minha inteira disponibilidade a V. Ex.ª para prestar quaisquer contributos adicionais, bem como submeter os meus conhecimentos especializados ao serviço dos portugueses.
Com os meus melhores cumprimentos,
André Dias, PhD
Algumas opiniões de especialistas:
·         John Ioannidis um dos mais citados epidemiologistas no mundo. Vídeo 1 e vídeo 2.
Alguns estudos com resultados relevantes na avaliação do risco, que indicam muito mais casos que os conhecidos, logo diminuindo dramaticamente as estimativas de letalidade conhecida:
·         California, Santa Clara
·         Karneval at Sickengen, Germany
·         Dinamarca
·         Holanda 1
·         Holanda 2
·         Finlândia
·         Islândia
·         Heinsberg Bonn, Germany
·         Chelsea, USA
·         Mulheres grávidas, NYC, USA
·         Coreia do Sul
·         Cruzeiro Diamond Princess
·         CORONAVÍRUS 
·         PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
·         SAÚDE PÚBLICA 
·         SAÚDE 
·         POLÍTICA





domingo, 26 de abril de 2020

No dia seguinte ao 46º aniversário

No dia seguinte ao do aniversário do golpe de estado do 25 de Abril, tão dignamente comemorado na forma tradicional no "ex-convento de S. Bento" conforme o seu maioral inovou veiu ter à mão um texto de Sun Tsu que aqui compartilho:

SNU TZU DISSE

EXISTEM, PARA O GENERAL, CINCO PERIGOS:

DECIDIDO A MORRER, PODE SER MORTO.

DECIDIDO A VIVER, PODE SER CAPTURADO.

COLÉRICO, PODE SER ESPICAÇADO.

PURO E HONESTO, PODE SER HUMILHADO.

COMPADECIDO, PODE SER ATORMENTADO.


Vamos aguardar os próximos 364 dias pela 47ª inovação das comemorações.